Projectos

Notícias e Eventos

Projeto Saúde que Conta apresenta estudo sobre Literacia em Saúde na Doença Crónica

Publicado a 12/12/2019

Cerca de 55% da população com doença crónica tem níveis inadequados de Literacia em Saúde, segundo o estudo “Literacia em Saúde na Doença Crónica” apresentado no dia 10 de dezembro pela Escola Nacional de Saúde Pública, num jantar-debate que reuniu diferentes atores-chave da saúde e sociedade com o propósito de discutir intervenções exequíveis para a promoção da literacia em saúde em Portugal, em contexto real.

Desenvolvido no âmbito do projeto “Saúde que Conta”, uma iniciativa de investigação da ENSP-NOVA, com o apoio da Lilly Portugal que, desde 2011 pretende contribuir para o debate público através da análise do papel do cidadão na gestão da sua saúde e bem-estar, o estudo revela também o impacto da literacia em saúde na utilização do sistema de saúde. As pessoas com doença crónica e com um nível de literacia em saúde mais baixo utilizam mais vezes o serviço de urgência hospitalar, as consultas de medicina geral e familiar e a urgência do centro de saúde.

Cerca de metade dos inquiridos afirma não ter apoio em aspetos relacionados com a gestão da sua doença, no entanto, quem gere autonomamente a doença apresenta um nível de literacia em saúde mais elevado.

Os resultados apontam para 78% de taxa de adesão à terapêutica e revelam também que um maior nível de literacia em saúde se reflete numa melhor adesão à terapêutica, com uma maior perceção da necessidade de tomar a medicação e uma diminuição da preocupação relativa à sua toma.

O estudo destaca ainda que o nível de literacia em saúde pode estar relacionado com morbilidade múltipla, sendo que um indivíduo com menor literacia em saúde tem mais doenças crónicas em simultâneo.

O estudo permite também concluir que quanto maior é o grau de escolaridade, maior é também o nível de literacia em saúde. Os doentes crónicos estudantes ou profissionais das áreas da saúde também apresentam um nível de literacia em saúde superior.

De acordo com o estudo, as principais fontes de informação em saúde utilizadas pelos doentes crónicos são os profissionais de saúde (82,8%), seguindo-se os familiares e amigos (57,7%) e a televisão (55,1%). Apenas cerca de dois em cada dez indivíduos com doença crónica utiliza a Internet, e entre os utilizadores apenas 25% procura informação sobre Saúde através de plataformas governamentais.

Ana Rita Pedro, investigadora da ENSP-NOVA e responsável pelo estudo, admite que “estes resultados revelam a necessidade de uma intervenção estratégica que só poderá tornar-se efetiva se envolver os profissionais de saúde, os decisores políticos, os parceiros e o próprio cidadão”.

António Leão, Diretor Geral da Lilly Portugal, lembra que “o investimento na literacia em saúde é fundamental e estratégico, já que tem impacto direto não só na promoção e proteção da saúde e prevenção da doença, como na garantia de sustentabilidade dos recursos e equidade dos serviços de saúde”.

O estudo contou com a participação de um total de 412 indivíduos com doença crónica com idades compreendidas entre os 18 e os 94 anos. Entre as doenças crónicas mais prevalentes na população inquirida encontram-se a hipertensão arterial, a deslipidémia, a diabetes, a ansiedade e depressão.

Estes resultados tiveram ampla divulgação na comunicação social. Alguns exemplos: