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Estudo da ENSP-NOVA faz previsão da evolução da COVID-19 em Portugal

Publicado a 18/03/2020

Uma equipa de investigação da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade NOVA de Lisboa desenvolveu modelos matemáticos que, através da análise dos dados de outros países permitem, durante um curto espaço de tempo, prever a evolução dos casos de COVID-19 em Portugal.

Carla Nunes, coordenadora do estudo e Diretora da ENSP-NOVA explica que “a previsão da evolução da curva nacional é muito fiável num espaço de tempo de três a cinco dias”, mas que “passado esse tempo é muito difícil, para qualquer modelo, prever com exatidão”.

Ainda assim, acompanhar as curvam de Itália, Reino Unido e Espanha, os países escolhidos para esta análise por serem os que “matematicamente e culturalmente mais de adaptam à explicação da curva Portuguesa”, permite antecipar cenários. “Sabendo o que aconteceu nos outros países, que se encontram numa fase mais avançada da curva, conseguimos saber o que previsivelmente acontecerá em Portugal”, esclarece a investigadora.

A título de exemplo, a análise dos modelos desenvolvidos pela ENSP-NOVA mostram que ao dia de hoje, o 17º na curva portuguesa, “por cada 100 casos em Itália [ao seu 17 dia de curva, que foi em Fevereiro] esperamos 7 em Portugal, por cada 100 no Reino Unido estimamos 130 e por cada 100 em Espanha esperamos 30 novos casos em Portugal”.

O modelo demonstra que, na fase em que Portugal se encontra, independentemente do país analisado, todas as curvas são exponenciais, ou seja, têm uma evolução crescente acentuada. A curva portuguesa segue o mesmo trajeto, à escala.

Apesar da “gravidade dos cenários”, Carla Nunes considera que é possível afastarmo-nos destas “previsões assustadoras”. “A evidência diz-nos que baixando a taxa de contato, baixamos a taxa de transmissão. Comparativamente aos outros países, Portugal tomou medidas de promoção do isolamento social mais cedo”.

No entanto, a investigadora realça que ainda existem dados para avaliar o seu impacto: “as medidas foram adotadas na passada segunda-feira e ainda não passou tempo suficiente – dez a 14 dias – para se sentirem eventuais impactos. Assim, alerta que a única coisa que podemos agora fazer é ficar em casa e seguir as indicações de higienização.

Este tema tem tido ampla divulgação na comunicação social. Consulte: