Portugal lidera projeto europeu em educação de ciência que prepara para os desafios da saúde pública. O PAFSE “Partnerships for Science Education” vem criar parcerias entre escolas, universidades, centros de investigação, laboratórios, empresas, associações, representantes da sociedade civil, entre outros, envolvendo-os nos esforços de enriquecer a educação nas áreas curriculares STEM (Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática) com o seu contributo para a saúde pública. Numa primeira fase, o projeto irá focar toda a comunidade escolar e parceiros na preparação para reduzir o risco de doenças transmissíveis e epidemias, mas irá estender-se a outros problemas, como a obesidade infantil, o cancro, as zoonoses, a diabetes, ou as iniquidades em saúde.
A investigadora principal do projeto é a Prof.ª Carolina Santos.
O projeto PAFSE integra nove instituições de 4 países – Portugal, Grécia, Chipre e Polónia. É liderado em Portugal pela Escola Nacional de Saúde Pública e conta com o apoio da Direção Geral de Educação e Direção Geral de Saúde. O projeto obteve um financiamento de 1,46M€ por parte da Comissão Europeia (CE). São boas notícias para o país, dado virem marcar de forma muito positiva a participação e liderança portuguesas no programa de apoio à investigação europeu.
A atual pandemia de Covid-19 teve impactos significativos na sociedade e colocou o tema da saúde pública na ordem do dia, a nível global. A preocupação com a propagação de doenças infeciosas e zoonoses, ou seja, doenças transmitidas entre animais e seres humanos, são atualmente temas abordados não apenas pela comunidade científica, mas também pela população em geral.
Foi esta a motivação para o desenvolvimento do projeto PAFSE, onde estão envolvidos investigadores pertencentes a cinco instituições portuguesas: Universidade NOVA de Lisboa – Escola Nacional de Saúde Pública (líder do projeto), Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), Universidade do Minho, Instituto Superior de Engenharia de Lisboa e Prevenção Rodoviária Portuguesa.
Para que os objetivos sejam cumpridos, os membros do consórcio vão estabelecer diversas parcerias, com entidades que se mostrem interessadas pelo projeto, com vista à ativação de aprendizagens ao nível do 3.º ciclo de escolaridade, que promovam a literacia em saúde nas aulas de ciências, física, química, matemática e tecnologias da informação. O projeto prevê também atividades nos clubes de ciência e ambientes da comunidade, com o apoio dos parceiros, recorrendo-se a ambientes de aprendizagem inovadores para, por um lado, despertar o interesse e a curiosidade nos jovens pelos currículos e profissões nas áreas STEM e, por outro, torná-los embaixadores da saúde pública nos seus ambientes de vida. O consórcio português apela assim, por todos estes motivos, à participação de entidades como escolas, universidades, centros de investigação, empresas, associações ou representantes da sociedade civil nas redes de educação de ciência que se irão organizar de norte a sul do país.
Ao construir e dinamizar redes de educação de ciência com epicentro nas escolas, o PAFSE terá múltiplos impactos na preparação dos cidadãos e, ao fazê-lo, dará o seu contributo para os objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS).
O PAFSE tem como público-alvo mais de 3000 alunos de 4 países – Portugal, Chipre, Grécia e Polónia – no total mais de 1000 escolas à escala europeia terão beneficiado do projeto.
O consórcio do projeto, com início em setembro de 2021 e duração até 2024, é composto, para além dos parceiros portugueses já referidos, por mais quatro entidades: Instituouto Technologias Ypologistonkai Ekdoseon Diofantos (Grécia), Panepitismio Ioannion (Grécia), University of Cyprus (Chipre) e Uniwersytet Im. Adama Mickiewicza W Poznaniu (Polónia).
O projeto é financiado em 1,46 milhões de euros, pelo programa de investigação e inovação Horizonte 2020 da Comissão Europeia.