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ENSP NOVA em destaque no Dia da Consciencialização sobre o HPV

Publicado a 08/03/2024

O projeto ELEVATE – Early detection of cervical cancer in hard-to-reach populations of women through portable and point-of-care HPV testing, esteve em destaque no Dia Internacional da Consciencialização do HPV que se assinalou a 4 de março de 2024. Ana Gama, investigadora ENSP NOVA, foi entrevistada em direto para a SIC e SIC Notícias, onde apresentou o projeto internacional e os resultados preliminares do piloto em Portugal.

O HPV é dos vírus com maior prevalência na população e, na sua grande maioria, é debelado pelo sistema imunitário, sem qualquer complicação. No entanto, por vezes, pode causar alterações celulares e causar cancro do colo do útero. Trata-se de um tumor de evolução lenta, entre a infeção por HPV e o aparecimento de um tumor podem decorrer 10 a 15 anos, pelo que o rastreio é uma ferramenta fundamental para a deteção de eventuais lesões em estádios preliminares, que requerem um tratamento simples.

O ELEVATE foca-se em testar uma intervenção junto de mulheres em situação de maior vulnerabilidade social e económica, com desafios de literacia em saúde e dificuldades no acesso aos cuidados de saúde primários, que envolve sessões educativas e oferta de um kit de autoteste de HPV, através da parceria com associações de bairro e comunidades locais.

A intervenção foi testada num projeto piloto em Portugal, Equador (Cuenca) e Brasil (Barretos) para avaliar a aceitabilidade desta estratégia fora do contexto clínico. Em Portugal, o projeto-piloto decorreu em Lisboa e Almada e englobou cerca de 120 mulheres portuguesas e migrantes.

Os resultados preliminares mostram algum desconhecimento sobre o HPV, o cancro do colo do útero e o rastreio. No entanto, a adesão às sessões educativas e à auto-colheita foi de cerca de 90%, indicando que intervenções inovadoras e de proximidade pode ser mais eficaz para este tipo de população, muitas vezes não abrangida pelas convocatórias para rastreios realizadas unidades de saúde.

A equipa de investigação alerta para a necessidade de adotar estratégias de maior proximidade para chegar a populações não abrangidas pelo sistema de saúde, no sentido de não deixar ninguém para trás.