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ENSP NOVA na avaliação da exposição agregada a químicos

Publicado a 21/08/2024

A exposição a produtos químicos precisa de uma abordagem que permita analisar essa mesma exposição de forma integrada, uma vez que o contacto de um indivíduo com um produto químico pode ocorrer a partir de múltiplas fontes e vias de exposição. Para dar resposta a esta necessidade, a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA) acaba de publicar o “Roadmap for action for advancing aggregate exposure to chemicals in the EU”, documento que conta com a colaboração da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa (ENSP NOVA).

 

O roteiro (que pode ser consultado no EFSA Journal) foi encomendado em 2023 a um consórcio liderado pela Creme Global e do qual a ENSP NOVA faz parte, com investigadores de várias áreas, num trabalho conjunto que junta várias especialidades em prol de mais e melhor saúde para todos.

Este documento pretende desenvolver uma metodologia transversal e fluxos de dados de apoio para uma avaliação agregada da exposição a produtos químicos, bem como estabilizar quadros, orientações e modelos cinéticos de base fisiológica para a reconstrução da exposição. A criação de iniciativas de colaboração com outras agências da União Europeia, Estados-Membros e organizações internacionais envolvidas na avaliação dos riscos químicos é também outro dos objetivos deste roteiro.

O roteiro foi desenvolvido através da realização de atividades de recolha de dados. A equipa identificou as prioridades específicas da EFSA e dos seus parceiros na determinação das necessidades para que a avaliação da exposição agregada seja realizada de forma efetiva.

 

As avaliações do risco químico têm-se centrado historicamente numa única via de exposição que ocorre através de uma determinada fonte. No entanto, a exposição de um indivíduo a um produto químico pode ocorrer a partir de múltiplas fontes e vias de exposição, uma vez que um produto químico pode estar presente em diferentes compartimentos ambientais (ar, solo, água), alimentos e produtos de consumo. A determinação da exposição com estes pressupostos denomina-se exposição agregada e a sua estimativa é importante, uma vez que é a dose agregada que determina os efeitos de um produto químico. A exposição agregada pode ser estimada por modelos de exposição ou dados de biomonitorização humana (HBM).

 

A EFSA foca-se na exposição alimentar, ainda que se espere que este trabalho permita recolher informações relativas a fontes de exposição não alimentares – informação que é especialmente útil no âmbito da estratégia da União Europeia em termos de produtos químicos, em que se pretende uma abordagem de “uma substância – uma avaliação”. A EFSA pretende que, até 2030, todos os seus parceiros contribuam com mais informação sobre a exposição agregada e populações afetadas, recorrendo-se a modelação de exposição e dados HBM.