O Programa Partnerships for Science Education (PAFSE), liderado pela Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa (ENSP NOVA), permitiu aumentar os conhecimentos e a formação em educação em ciência e saúde pública de mais de 100 mil alunos de vários países europeus. Estes resultados foram apresentados no passado dia 12 de julho, na conferência final do projeto, que decorreu na Reitoria da Universidade Nova de Lisboa.
O PAFSE é um projeto europeu de educação científica centrado no reforço da literacia em saúde, na desmistificação de mitos e estereótipos associados às áreas CTEM/STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemáticas) e na preparação dos estudantes para seguirem currículos e profissões ligados a esta área, com particular destaque para as ciências da saúde.
Liderado pela ENSP NOVA, o PAFSE tem como missão desenvolver as competências, curiosidade e o interesse dos estudantes nestas áreas, preparando-os para serem embaixadores da saúde pública nos seus ambientes de vida e aumentando a probabilidade de considerarem seguir profissões nas áreas abordadas pelo projeto. Ao longo das várias atividades, o projeto envolveu, só em Portugal, mais de 800 escolas e de 3800 professores, 372 e 1440 dos quais formados pela ENSP NOVA, respetivamente. A nível europeu o PAFSE chegou a 114.278 alunos.
“Em cada escola, os desafios da saúde pública foram explorados de forma multidisciplinar, através da constituição de equipas com professores de diferentes disciplinas – ciências, matemática, tecnologias da informação, física, química, geografia, inglês, cidadania. Diversos desafios foram trabalhados – desde as doenças zoonóticas, à preparação para futuras pandemias, ao cancro, doença cardiovascular, diabetes, resistência a antibióticos, sistemas de inteligência artificial na saúde pública, objetivos de desenvolvimento sustentável. No final do processo de ensino-aprendizagem, os alunos sob mentoria dos professores, organizaram eventos públicos de apresentação das suas aprendizagens e, particularmente, da evidência gerada pelos seus projetos de investigação, trazendo propostas e recomendações que beneficiam a saúde e bem-estar da comunidade”, explica Carolina Santos, investigadora principal do projeto e coordenadora do consórcio.
“Através deste projeto de educação de ciência conseguimos levar mais longe os desafios da saúde pública e garantir que as novas gerações estão mais aptas a dar resposta a estes desafios. No âmbito da sua atividade global, a ENSP NOVA tem precisamente procurado abrir-se à sociedade e trabalhar em parceria com instituições e organizações de todas as áreas de atividade e de todos os setores, público, privado e social. Queremos ser um agente transformador e inspirador das reformas e medidas que a sociedade precisa para responder aos desafios que conhecemos”, reforça a diretora da ENSP NOVA, Sónia Dias.
O consórcio de nove entidades que integram o PAFSE construiu clusters de educação de ciência com epicentro nas escolas de ensino secundário, que se traduziram em parcerias com universidades, centros de investigação, empresas, fundações, associações e organizações da sociedade civil. Os parceiros desafiaram as escolas a abrirem-se à comunidade com o objetivo de enriquecer as atividades de educação CTEM e conectar o currículo das ciências com desafios reais da sociedade e das organizações. Os alunos tiveram a oportunidade de interagir com investigadores, empresários, profissionais de saúde, gestores, cientistas de dados, comunicadores de ciência, economistas da saúde, engenheiros, entre outras profissões relevantes da área CTEM, conhecendo melhor o seu percurso académico e trabalho nas organizações que os empregam.
O consórcio preparou ainda professores para explorarem um conjunto alargado de desafios da saúde pública em sala-de-aula e desenvolveu recursos pedagógicos, promovendo a implementação de projetos de base científica e atividades formais e informais de aprendizagem com os parceiros do cluster, recorrendo-se a ferramentas digitais e ambientes de ensino-aprendizagem dinâmicos para promover o desenvolvimento das 21st century skills.
O programa começou em setembro de 2021 e termina em agosto deste ano, tenso sido financiado pelo Horizon 2020 Framework Programme – programa de apoio à inovação e investigação da Comissão Europeia, com um montante de financiamento no valor de 1.46 milhões de euros.