A Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade NOVA de Lisboa (ENSP NOVA), que integra o consórcio NEMESIS (Novel Effect biomarkers for MEtabolic disruptors: Evidence on health Impacts to science and policy NeedS) e lidera o Work Package em Avaliação e Comunicação do Risco, esteve representada por Carla Martins, Cristina Godinho e Maria Diniz da Costa na reunião anual do projeto, que reuniu em Barcelona os parceiros do consórcio para discutir os avanços do projeto e alinhar os próximos passos.
Durante a reunião, que decorreu nos dias 29 e 30 de janeiro, foram apresentados os trabalhos desenvolvidos pelos vários parceiros, destacando-se os esforços para gerar evidência científica robusta sobre os efeitos na saúde dos disruptores endócrinos. Este projeto europeu visa também colmatar lacunas nas metodologias de avaliação de risco aplicáveis na exposição agregada e combinada a vários disruptores endócrinos.
A participação da equipa da ENSP NOVA foi essencial para garantir que os resultados esperados terão impacto não só na produção de conhecimento científico, mas também na disponibilização de informação que permita suportar novas (e melhores) políticas europeias na área da saúde ambiental.
Este projeto de investigação internacional pretende investigar o efeito da exposição a produtos químicos presentes no ambiente, alimentos e em produtos de consumo sobre o sistema endócrino humano. Nos últimos anos, a crescente preocupação com os efeitos nocivos dos produtos químicos presentes em diferentes contextos da nossa vida, pessoal e profissional (por exemplo, alimentos, cosméticos, detergentes, utensílios de cozinha, embalagens de alimentos e muitos outros) acelerou a investigação em torno desta temática.
No caso particular de produtos químicos que atuam como disruptores endócrinos (DE) – substâncias exógenas ao corpo humano e que interferem na síntese, secreção, transporte, metabolismo ou eliminação das diferentes hormonas – apenas recentemente foi comprovada a capacidade de alguns produtos químicos terem estes efeitos e a exposição tem sido associada, por exemplo, ao aumento da obesidade, do fígado gordo e da tolerância à insulina.
A UE está interessada em financiar investigação sobre este tema, para que os cidadãos possam ser protegidos pelo desenvolvimento de políticas baseadas em evidência científica sólida.