Evento Public Health Impact: Desenhar, Acompanhar e Avaliar
Fotografia do painel que fez parte do evento.

Evento Public Health Impact: Desenhar, Acompanhar e Avaliar

Publicada: 01.02.2025

A Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade NOVA de Lisboa promoveu o evento “Public Health Impact: Desenhar, acompanhar e avaliar”, organizado pelo Knowledge Center Public Health ImpACT. O evento, que decorreu dia 7 de janeiro, reuniu especialistas e representantes de diferentes áreas para debater desafios e oportunidades na avaliação políticas, tecnologias e serviços de saúde.

A sessão de abertura contou com a presença do vice-presidente da ACSS, Carlos Galamba, em representação da Secretária de Estado da Gestão da Saúde, Cristina Vaz Tomé, e do subdiretor da ENSP NOVA, Rui Santana, em representação da diretora, Sónia Dias.

Nas mesas de debate que se seguiram, Chris Millett e André Peralta-Santos abordaram os desafios na promoção de estilos de vida saudáveis, numa perspetiva de saúde global, dando alguns exemplos de medidas concretas e da avaliação que foi feita, nomeadamente nos impostos sobre refrigerantes, alimentos para bebés, restrições à mobilidade durante a pandemia, etc. Nesta mesa foi particularmente destacada a importância da antecipação das necessidades em termos de avaliação de políticas de saúde por parte da academia.

Joana Alves e Pedro Laires discutiram, na segunda mesa, a avaliação económica de tecnologias de saúde, desde a demonstração da mais-valia clínica à sustentabilidade financeira. Joana Alves evidenciou a experiência da ENSP NOVA através da apresentação de alguns estudos que podem ajudar nas decisões relacionadas com a avaliação de tecnologias, nomeadamente trabalhos que focaram os custos indiretos atribuídos à obesidade, os custos da insegurança alimentar, bem como estudos sobre a área da diabetes e transplantação pulmonar. Neste contexto, Pedro Laires salientou que a academia deve ser o foco da evidência, e defendeu que são necessários mais dados de micro custeio.

Por fim, Julian Perelman e o Ricardo Mestre conduziram a discussão sobre a integração de cuidados num sistema fragmentado. Julian Perelman começou por lembrar que a perspetiva económica é a das ciências sociais, e que o impacto varia de acordo com o contexto social, cultural ou económico. Na sua apresentação, partilhou alguns trabalhos tanto na área dos cuidados de saúde primários, com a avaliação dos incentivos nas USF de Modelo B, bem como na saúde mental. Já Ricardo Mestre destacou que a avaliação é um contributo essencial à boa governação e um fortalecimento para o processo democrático e abordou as principais reformas a que o SNS esteve sujeito em 2022 e 2023, nomeadamente o alargamento do modelo das Unidades Locais de Saúde.

Nas notas finais, Pedro Pita Barros destacou as principais conclusões e as palavras-chave do evento, nomeadamente tempo, mensuração, evidência, comportamento, stock acumulado, entre outras. Para Pita Barros um dos desafios que saiu do evento foi o da gestão da isenção, nomeadamente na diferenciação entre opiniões e posições dos peritos.

No geral, os participantes destacaram a importância de medir e comunicar o impacto de iniciativas em saúde pública, com foco em transparência, equidade e valor. Salientou-se o stock de conhecimento acumulado pela instituição, que pode ser utilizado para alavancar iniciativas futuras. Também se reforçou a importância de dados de qualidade como base para uma avaliação de impacto robusta e eficaz, o papel da integração de doentes nas várias fases do processo de avaliação, e a necessidade de colaboração com instituições públicas e privadas para superar os desafios existentes.

O evento foi um momento de importante troca de experiências e a construção de pontes entre diferentes setores, com a ENSP NOVA a contribuir com mais esta iniciativa para o avanço da avaliação de políticas, tecnologias e serviços de saúde em Portugal.