Curso Internacional em Saúde e Ambiente

Curso Internacional em Saúde e Ambiente

Apresentação

Este curso é uma iniciativa do Conselho Português de Saúde e Ambiente (CPSA) com a Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade NOVA de Lisboa (ENSP NOVA). O seu principal objetivo é aumentar a consciencialização dos profissionais que trabalham na Saúde sobre os efeitos dos determinantes ambientais na saúde pública, apresentar estratégias de mitigação e adaptação, reduzir o impacto ambiental do sector da saúde e tornar os sistemas de saúde mais resilientes face ao risco acrescido de catástrofes climáticas.

Pretendemos capacitar todos os profissionais de saúde, desde estudantes até decisores, no universo dos países lusófonos, para que se envolvam ativamente e liderem um esforço coletivo rumo a um futuro mais sustentável, promovendo ambientes mais saudáveis para os serviços de saúde e os seus profissionais, enquanto contribuem para a redução do seu impacto ambiental.

 

CONTEXTO

 

A 28 de julho de 2022, a Assembleia Geral das Nações Unidas reconheceu oficialmente o direito a um ambiente limpo, saudável e sustentável. No entanto, a realidade evolui numa direção oposta.

Nos últimos 220 anos, a população mundial passou de mil milhões para mais de oito mil milhões de pessoas. Desde 1970, consumimos recursos para além da capacidade de regeneração do planeta. Nove em cada dez pessoas respiram ar com níveis de poluição acima dos limites recomendados pela Organização Mundial da Saúde. 2024 foi o ano mais quente jamais registado e pode ter sido o ano mais fresco do resto das nossas vidas. As catástrofes climáticas já fazem parte do nosso quotidiano. Atualmente, 55 milhões de pessoas são afetadas pela seca, número que pode subir para 75% da população mundial até 2050. Estima-se que 150 espécies sejam extintas todos os dias, com um milhão atualmente em risco.

Esta não é uma visão catastrofista, mas sim a realidade – uma realidade que se agrava à medida que nos aproximamos de pontos de rutura com efeitos imprevisíveis e irreversíveis.

A principal causa do aquecimento global é o aumento das emissões de gases com efeito de estufa (GEE), que duplicaram entre 1970 e 2020. O Acordo de Paris estabelece a necessidade de reduzir essas emissões em cerca de 50% até 2030, comparando com os níveis de 2010, para limitar o aquecimento a 1,5o C. O setor da saúde também contribui para estas emissões, sendo responsável por cerca de 4,4% das emissões globais de GEE.

Como afirmou António Guterres, Secretário-Geral das Nações Unidas: “A era do aquecimento global terminou; estamos agora na era da ebulição global”.

As consequências para a saúde são já evidentes. Estima-se que os fatores ambientais estejam na origem de um quarto da mortalidade global. Doenças cardiovasculares, respiratórias, infeções, cancro, doenças materno-infantis e distúrbios mentais estão a ser agravados pelas alterações ambientais. Mais de cinco milhões de mortes por ano são atribuídas a temperaturas extremas. Doenças relacionadas com a água, alimentação e poluição estão a aumentar. A degradação ambiental intensifica migrações forçadas, conflitos e sofrimento psicológico. O aumento de eventos extremos como ciclones, inundações, secas e incêndios resulta em perdas humanas e económicas devastadoras. Além disso, as doenças transmitidas por vetores – como malária, dengue, zika e chikungunya – já matam cerca de 800.000 pessoas por ano e a sua prevalência tende a aumentar. O risco de pandemias causadas por zoonoses – doenças transmitidas por animais e responsáveis por quase todas as pandemias – também está a crescer.

Tal como qualquer outro cidadão, os profissionais de saúde não podem comprometer o futuro das próximas gerações – os nossos filhos e netos. Como cuidadores e defensores dos doentes, e sendo uma das classes profissionais em quem a sociedade mais confia, temos a responsabilidade ética de agir.

Esta ação passa por defender políticas que reduzam as emissões de GEE, mobilizar organizações de saúde, promover práticas sustentáveis, fomentar a investigação e a educação, reduzir a pegada ecológica do setor da saúde e reforçar a sua resiliência.

Apesar da urgência, estes temas ainda estão ausentes na maioria dos currículos de formação pré e pós-graduada em saúde. Este curso surge precisamente para colmatar essa lacuna.

 

OBJETIVOS

 

No final do curso, os participantes serão capazes de:

  • Identificar os principais determinantes ambientais da saúde global;
  • Identificar os principais impactos das determinantes ambientais na saúde humana;
  • Conhecer estratégias de mitigação e adaptação face a essas mudanças;
  • Reconhecer a pegada ecológica do setor da saúde e formas de a reduzir;
  • Entender como os sistemas de saúde podem aumentar sua resiliência perante a transição epidemiológica e eventos inesperados;
  • Saber como os profissionais de saúde podem contribuir para ações de mitigação e adaptação às alterações climáticas e aos riscos ambientais;
  • Compreender a importância da abordagem intersectorial e interprofissional na promoção da saúde ambiental e na resposta a desafios complexos;
  • Adquirir competências para comunicar eficazmente os riscos ambientais à saúde junto de diferentes públicos, incluindo decisores políticos e comunidades;
  • Ser capaz de aplicar os conhecimentos adquiridos em contextos locais, adaptando estratégias globais às realidades específicas dos países lusófonos.

 

DESTINATÁRIOS

 

Profissionais de saúde, profissionais de saúde animal e estudantes, incluindo médicos, veterinários, farmacêuticos, dentistas, psicólogos, nutricionistas, técnicos de saúde, enfermeiros, gestores e todos os outros profissionais relacionados com a área da saúde.

 

 

 

COORDENADORES

 

Luís Campos (CPSA) | João Queiroz e Melo (CPSA) | Mónica Rodrigues (CPSA)

Susana Viegas (ENSP NOVA) | Marília Silva Paulo (ENSP NOVA)

 

DOCENTES

 

Alexandra Bento (INSA) | Carla Viegas | Carolina Monteiro (FML-ULisboa) | Cristina Bárbara (DGS-PNDR) | Fátima Franco (DGS-PNDCV) | Helena Freitas (FCT-UCoimbra) | Ivo Laranjinha (SPN) | João Pedro Gouveia (CENSE, FCT-NOVA) | João Queiroz e Melo (CPSA) | Joaquim Gago (CHLO) | Jorge Cristino (CPSA) | Júlio Bilhota Xavier (SPP) | Kamal Mansinho (CHLO) | Luís Campos (CPSA) | Luís Lapão (IHMT) | Margarida Alho (CPSA) | Maria José Sousa (SPPL) | Maria Sofia Núncio (INSA) | Marília Silva Paulo (ENSP NOVA) | Mário Fontes e Sousa (CHLO-CUF) | Mónica Oleastro (INSA) | Mónica Rodrigues (CPSA) | Mónica Tinoco (SPMS) | Nuno Jorge (CHLN) | Nuno Jorge (CPSA) | Paulo Magalhães (FDUP) | Paulo Nicola (FML-ULisboa) | Pedro Martins (NMS) | Rita Nortada (Associação Protetora dos Diabéticos) | Rita Oliveira (CPSA) | Sara Correia (Associação ZERO) | Sofia Santos (ISEG) | Susana Viegas (ENSP NOVA) | Tiago Fernandes (SPA)

 

PARCEIRIAS

 

  • Associação Médica de Língua Portuguesa de Macau (Macau)
  • European Federation of Internal Medicine (EUS)
  • Foro Internacional de Medicina Interna (América Latina)
  • Hospital Medicine Society (US)
  • Ordem dos Médicos de Angola  (Angola)
  • Ordem dos Médicos de Cabo Verde  (Cabo Verde)
  • Ordem dos Médicos de Moçambique (Moçambique)
  • Sociedad Peruana de Medicina Interna (Perú)
  • Sociedade Brasileira de Clínica Médica (Brasil)
  • Sociedad Peruana de Medicina Interna

 

CERTIFICADOS

 

Será emitido um certificado de participação para os participantes que assistirem a mais de 80% das sessões. Este curso também será creditado com 3 ECTS para aqueles que desejarem realizar uma avaliação final.

Próxima Edição
Outubro 2025
 - Dezembro 2025
Coordenação
14

Coordenador

Susana Viegas

Professora Catedrática

Marilia

Coordenador

Marília Silva Paulo

Investigadora

Fotografia. Luís Campos

Coordenador

Luís Campos

Preletor

Fotografia. João Queiroz e Melo.

Coordenador

João Queiroz e Melo

Preletor

Coordenador

Mónica Rodrigues
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